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Um tijolinho colocado por mim ou a cobrança por um milhão de tijolos colocado por outros?

Ontem no Fantástico passou uma matéria sobre reflorestamento, um projeto cabeceado pelo Sebastião Salgado, que já replantou mais de 3 milhões de árvores foi o “corpo” da matéria, inspirado pelo seu projeto outras pessoas começaram a fazer o mesmo em suas comunidades, com o plantio de árvores nativas para devolver a vida a ambientes devastados pelo agronegócio, industrialização e outros meios que visavam apenas o lucro.


Por que comecei com essa matéria? Moro em Osasco, uma cidade sem grandes parques e com ruas pouco arborizadas, praticamente todos os dias vou a um bairro próximo, onde há uma “praça”, na verdade é um grande espaço aberto, com uma pista de concreto, alguns bancos e equipamentos de ginástica, há cerca de 9 meses começaram a surgir mudas de planta no local, ficamos muito felizes pelo “feito da prefeitura”, por ser um espaço público e estar próximo às eleições fizemos essa suposição, mas com a frequência das visitas começamos a reparar em um casal de senhores que capinavam o terreno e cuidavam das novas plantas, pelo menos uma vez na semana os víamos, ontem pela manhã o dia estava especialmente bonito, todas as árvores estavam floridas, o Bart passeava muito feliz entre elas e o senhorzinho estava lá com a enxada, um japonês magrinho que aparentava mais de 75 anos. O Will também ficou comovido pelo gesto que nos traz tanto benefício de graça e fez um post no Instagram, fa


lando o quanto o Mundo seria maravilhoso se cuidássemos da Terra como deveria, sendo a nossa casa, com carinho, cuidado e preservação. Eu entendi o que ele quis dizer, mas na hora fiquei um pouco contrariada, do tipo “dessa forma você tira a responsabilidade de quem realmente deveria fazer alguma coisa e joga na população, como se esses pequenos gestos fosse mudar muita coisa, isso não é nada perto do que a indústria/Governo podem fazer e etc”, daí eu mesma percebi o quanto eu estava sendo babaca, porque é muito mais fácil a gente ter um discurso de proteção ao meio ambiente, politicamente correto e não fazer o mínimo sabe? Quantas vezes você estava passeando em um parque, viu lixo no chão e pensou “nossa, como as pessoas são porcas e sem educação”, daí você passou, não pegou o lixo porque você não é empregado de ninguém e ele continuou lá? Eu já fiz isso algumas vezes! Eu não tenho culpa que há pessoas sem noção que fazem isso, mas passar por isso como se não fosse um problema meu é como se alguém entrasse na minha casa, jogasse um saco de lixo no meio da sala e eu não limpasse e só me indignasse


. Há coisas que não vamos conseguir mudar, como a educação de pessoas maduras e que deveriam ter consciência de que você não abre um pacote de comida, consome e joga a embalagem na rua, mas é bem provável que essas pessoas nunca mudem, mas podemos servir d


e bom exemplo para os nossos e as pessoas que estão em desenvolvimento ao nosso lado, como filhos, sobrinhos e etc. Pegando o lixo que está na rua e jogando no lugar certo, plantando uma árvore, não desperdiçando água e por aí vai!


Eu fiquei muito balançada com o senhorzinho dedicando seu domingo de manhã para cuidar de árvores de um espaço público, ele não tem ideia do quanto esse espaço me faz bem e fui até ele falar isso, agradecer pelo gesto e falar o quanto a atitude dele era bonita e contribuía para um mundo melhor, ele cagou pro que eu falei, soltou “um aham, imagina!”, mas esse é só um exemplo de “mais valem as mãos que trabalham do que as bocas que rezam”. Fiquei comovida e peguei um lixo que estava jogado lá no chão, mas é isso sabe? Me


nos reclamação e mais ação. O que você faz quando ninguém está te observando?


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