Descobrimos no sábado que o cansaço, dores e tudo mais era covid :/ sim, trabalhamos com público e fomos atingidos, mas graças a Deus veio de forma leve e agora é aguentar o isolamento total.
Sobre o isolamento, é muito tempo “livre” e sem vontade de fazer nada também, mas eu tinha comprado um kit de pintura terapêutica que caiu como uma luva, serão boas horas até terminar, já pintei mais de 14 horas e ainda não finalizei, mas o intuito desse texto não é falar sobre a covid ou pintura e sim sobre o exercício de ficarmos com nós mesmos.
Ontem eu acordei bem melhor e ativa, fui lavar a varanda, roupa, organizar o guarda-roupa, mas estava absurdamente irritadiça, fazendo o que tinha que fazer, mas brava, nervosa, a ponto de explodir, fiquei cansada, parei um pouco e à tarde resolvi pintar, sem ouvir música, sem conversar, apenas pintar, mas a cabeça não para né?! Foram umas 4 horas de “tenho que pintar as cores x” com “nossa, eu não gostei do que aquele pessoa me disse aquele dia, eu poderia ter retrucado”, sentimento de raiva/vingança, passavam alguns minutos “ah, fulana, não está vendo que estamos em uma pandemia e não para de sair e se exibir”, sentimento de inveja/revolta, e assim se seguiu por horas, até que por um momento eu “cai” na consciência de “pera aí, você está vendo quanta coisa e sentimento trouxe para a sua vida do nada?” e isso são sementes, todo esse sentimento de coisas ruins que vem sem a gente perceber e que deixamos povoar a nossa cabeça é o que faz nosso futuro, porque geralmente não é só o pensamento, você revive com intensidade e cria mais daquilo que foi ruim. Depois que vi o quanto amargurada e insuportável estava tentei lembrar de coisas boas e que me deixaram radiante e adivinha?! Não consegui!! É péssimo se sentir uma pessoa extremamente babaca, mas acho que faz parte da “evolução” vomitar esses sentimentos e ter consciência deles.
Todo dia é uma luta aqui dentro dessa cabeça.
Não é fácil tentar ser uma pessoa melhor e admitir que você não é especial, é mais um ser comum que faz e sente a mesma coisa que outros milhões. Fui dormir meio fracassada com essa constatação, mas ouvi de uma amiga “tenta ser melhor do que ontem que já é um passo” e do Will “cara, todos nós somos assim, alguns dias mais e outros menos, hoje foi mais e vai passar, deixa vir e solta.”.
Nota: A vitória dos fracassos em uma mente fraca sustenta o vício de parecermos bons lembrando do erro dos outros.
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