No final de 2020 comecei a ler o livro “como se tornar sobrenatural”, sim, eu caio nesses títulos sensacionalistas, o livro tem quase 380 páginas e li 300, mas estou com vontade de compartilhar ;) De forma bem prática, essas 300 páginas poderiam se tornar 100, pois o autor é um tanto quanto prolixo, principalmente no começo e em boa parte do livro ele quer te convencer a fazer uma de suas “oficinas transformadoras”, mas ok, isso faz parte do negócio.
O livro fala sobre os nossos campos de energia (Chacras) e como o alinhamento dessas energias pode transformar nossas vidas, além de técnicas de respiração e meditação com exercícios práticos. Isso tudo é muito legal! Ele também relata alguns casos reais de transformação e dependendo do momento você se identifica e a aplicação se torna mais palpável.
Dentro dessas narrativas reais uma me trouxe uma reflexão especial, em uma dessas oficinais que ele desenvolve havia um “iogue”, que por conta dos seus dogmas, bloqueava a riqueza em sua vida, acho que praticamente todo mundo que começa a se aproximar de religião ou espiritualidade se vê por um momento com certas angústias sobre desejar ou não a riqueza, enfim, deixa eu voltar se não já começo a falar de outra coisa! Esse rapaz começou a meditar sobre isso e aos poucos foi contornando seus dogmas e o medo da riqueza foi transformado em algo bom na sua vida. Quando o assunto “medo de algo” veio à tona automaticamente pensei no Bart, quem me conhece a mais tempo, sabe o quanto eu tinha pavor de cachorro, não era medo, era pânico! O cachorro podia ter 2kgs, ser banguelo e cego que eu choraria e me agarraria a quem estivesse perto! O começo era pânico, pavor, evoluiu pro medo e próximo aos 30 anos me negava a dar ataques histéricos, então comecei a disfarçar melhor! Daí chegou a quarentena, o Will já trabalhava de casa há alguns meses e a minha presença o deixou mais feliz, em meados de junho, começou a se falar em voltar a trabalhar no escritório e o Will já veio com a ideia de “precisamos de um cachorro, me acostumei com a sua companhia, vai ser difícil ficar aqui sozinho” e a ideia começou a entrar na minha cabeça, até que um dia levantei com coragem e falei “vamos na Ong X só olhar os cachorrinhos” e saímos de lá com o Bart, logo no primeiro fim de semana ele já ficou doente, eu ainda tinha medo, mas ao ver aquele serzinho frágil, com o olho cheio de lágrima e com medo de mim, totalmente indefeso, simplesmente me transformou, todo o medo foi embora e nasceu um amor puro, incondicional e inexplicável. Apenas agora consigo entender quando as pessoas falavam que é uma companhia pura, verdadeira e que torna os seus dias mais felizes, antes achava um baita exagero.
Tá, mas onde eu quero chegar com tudo isso? Eu quero falar sobre o medo, o medo me impediu de sentir algo novo e extremante incrível, simplesmente porque o medo é baseado única e exclusivamente no passado! Se não enfrentarmos os nossos medos ficaremos sempre, sempre às margens de nossas vidas, reproduzindo apenas as sensações confortáveis que o nosso cérebro é capaz de julgar/aceitar.
E olha que engraçado, estou retomando esse blog e cliquei sem querer em “sobre”, o criei em 2016, aos 27 anos e olha uma parte da descrição
“Não sei nadar, adoro cachorro e gato, mas nunca tive um, então não consigo segurá-los no colo porque quando respiram a barriga deles mexe e isso me dá muita aflição >.< amo paçoca e torrone, isso é quase que um castigo na minha vida, porque não resisto nunca!
Me reinvento com frequência, então não se surpreenda se essa descrição tiver atualizações constantes, em caso de dúvida me pergunte! Gosto de me reapresentar!.”
Ri alto, por que uma das metas 2020 era aprender a nadar, ainda não sou nenhum Michael Phelps, mas já sei boiar e tive algumas experiências incríveis com a superação desse outro medo, que posso contar depois, e agora tenho um cachorrinho fiadaputa que além de pegar no colo, faço até respiração boca a boca se for necessário.
Eu gostaria de deixar essa reflexão, o medo te impede de fazer coisas que podem mudar completamente o modo como você se enxerga ou enxerga a vida! E a consequência de se livrar desse medo com certeza vai trazer sentimentos novos para o seu coração e sensações para o seu cérebro, então se arrisca meu! Sério!
Eu ia deixar uma lista aqui das coisas que ainda tenho medo, mas o ego e a vergonha ainda não deixam, talvez, quando eu os superá-los volto para contar!
Grande beijo
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